Mais difícil legalizar lusos no Brasil do que o contrário
«É tão difícil ou mais um português legalizar-se no Brasil do que o inverso, é um processo moroso e complicado», adianta ao Destak o presidente do Grupo Vila Galé.
Jorge Rebelo de Almeida acrescenta que nos empreendimentos turísticos que este grupo tem no Brasil só existem três funcionários portugueses e que um engenheiro chegou a estar «clandestino durante algum tempo, por não ter conseguido tratar dos papéis a tempo».
«A burocracia é uma herança portuguesa deixada no Brasil», que consegue ser mais complicada do que no nosso país, referiu o empresário, durante o debate do Clube de Empresários de Brasil, que teve lugar ontem, em Lisboa, com o patrocínio do Destak.
150 mil imigrantes em Portugal
Um dia depois da cimeira UE-Brasil, que se realizou quarta-feira, e num momento em que tanto se fala do fenómeno da imigração, a Associação Solidariedade Imigrante alertou ontem para o facto de existirem 150 mil imigrantes em situação irregular no País.
Aquela organização defendeu que Portugal não pode ignorar esta problemática e que o receio de que a abertura de um novo processo de legalização possa atrair mais ilegais é «uma falsa questão».
Cimeira foi muito oportuna
«Portugal e Brasil têm um namoro muito antigo em que os noivos se encontram pouco» e esta cimeira, além de ser muito oportuna, estimula a criação de parcerias, por exemplo, na área do turismo, adianta o presidente do Grupo Vila Galé.
Segundo Jorge Rebelo de Almeida, também nos negócios o Brasil prima pela falta de incentivos, além do «sistema fiscal ser muito pesado», o que exige grande esforço dos empresários portugueses. Ao nível laboral, é fácil despedir pessoas, mas «99,9% dos casos vão parar ao Tribunal do Trabalho», o que representa «um custo muito penoso».
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