Dispositivo aumentou, mas melhorias na eficiência demoram anos - especialista
Um dispositivo de combate a incêndios "maior não quer dizer melhor", alertou hoje o especialista em ciências florestais Joaquim Sande Silva, considerando que melhorias na eficiência demoram anos a dar frutos e que é necessária "uma abordagem mais radical".
O paradigma do combate a fogos florestais "que tem existido nos últimos anos e que fez parte do cenário do ano passado não mudou substancialmente de 2017 para cá. O que foi possível fazer foi acrescentar meios - mexer na quantidade e não na qualidade. E um dispositivo maior não quer dizer melhor e mais eficiente. Melhor o dispositivo ainda não é", afirmou à Lusa o especialista, que fez parte da comissão técnica independente que analisou o fogo de Pedrógão Grande.
A informação que Joaquim Sande Silva obteve do combate ao fogo em Monchique, que deflagrou na sexta-feira, é a de que as fragilidades existentes no dispositivo de combate português mantêm-se inalteradas, nomeadamente a "inexistência de capacidade técnica instalada para analisar o avanço das frentes e tentar identificar as oportunidades", para além de não se optar por ataques mais localizados e recorrendo a técnicas que não usem água, como a criação de faixas de interrupção de combustível ou manobras de contrafogo ou fogo tático.
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