INSTANTES
Habituamo-nos a um novo tipo de Natal
19 | 12 | 2016 22.31H
Dizem-me que tenho uma ideia romântica sobre o Natal fora dos grandes centros urbanos. Se é assim, apenas um sonho e nada mais, então quero continuar a acreditar! O Natal nas grandes cidades é cada vez mais uma corrida sem descanso, entre os meus, os teus e os nossos. O aumento dos divórcios fez com que a consoada se transformasse numa ginástica do tempo, na tentativa de estar com todos e agradar a todos. É cada vez mais uma coleção de momentos de stress, de uma tentativa de recriar a família, aquela que já deixou de ser e aquela que agora é. Salvam-se as crianças que a maior parte das vezes conseguem ainda sonhar nesta época de sonhos e douradas e arroz doce e presentes embrulhados com laços vistosos. Mas somos todos forçados a nos habituar a estas mudanças: o Pai Natal vem às 22h porque depois os meninos têm que ir para casa da mãe, ou do pai, ou da outra avó. Sim, habituamo-nos. E como os tempos continuam difíceis, como nos chegam todos os dias imagens e notícias qual delas a pior, damos graças a Deus pelos nossos terem saúde. Terem emprego. Estarem aqui perto de nós. É essa a grande qualidade que a vida tem. A de ser capaz de reduzir ao seu limite aquilo que há anos seria impensável e terrível. A vida ou nós todos, que por esta data queremos mesmo é ter o coração quente, é abraços e beijos molhados de quem amamos e nada mais. Absolutamente nada mais. Um santo Natal para todos. Seja em que formato for.
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